A lendária carreira do pugilista Jake LaMotta
Jake LaMotta, nascido Giacobbe LaMotta em 10 de julho de 1922, no Bronx, Nova York, é um dos mais icônicos pugilistas da história do boxe. Conhecido como o “Touro do Bronx” ou “Touro Indomável”, ele fez seu nome na década de 1940, competindo na divisão dos pesos-médios, onde ficou famoso por sua agressividade inabalável e uma capacidade quase sobrenatural de absorver golpes. Sua carreira, embora marcada por sucessos no ringue, também foi profundamente influenciada por sua turbulenta vida pessoal, que incluiu batalhas contra demônios internos, confrontos com a máfia e lutas para manter o controle sobre sua raiva e comportamento impulsivo.
Início da Carreira
Jake LaMotta começou a lutar ainda jovem, impulsionado pela necessidade de sustentar sua família. Crescendo no Bronx, ele enfrentou uma infância marcada pela pobreza e pela violência, e o boxe tornou-se rapidamente uma forma de escapar de suas circunstâncias difíceis. LaMotta começou sua carreira amadora ainda adolescente e logo se destacou pelo estilo de luta implacável e pelo que parecia ser uma resistência ilimitada a golpes. Sua dureza o definiu como lutador e, mais tarde, se tornou sua marca registrada no boxe profissional.
Ele se profissionalizou em 1941, aos 19 anos, e rapidamente subiu nas classificações dos pesos-médios, enfrentando uma série de oponentes difíceis. Ao contrário de muitos lutadores da época, LaMotta tinha um estilo que dependia mais de sua resistência do que de sua técnica refinada. Ele avançava incansavelmente sobre seus adversários, absorvendo golpe após golpe, até desgastá-los e ganhar o controle da luta. Sua habilidade de suportar danos foi uma característica que se destacou desde cedo, e ele ganhou uma reputação de ser praticamente impossível de nocautear.
Rivalidade com Sugar Ray Robinson
Uma das histórias mais marcantes da carreira de LaMotta é sua intensa rivalidade com o lendário Sugar Ray Robinson. Os dois lutadores se enfrentaram seis vezes entre 1942 e 1951, com LaMotta vencendo uma única vez, mas ganhando respeito por sua capacidade de desafiar Robinson repetidamente. Seu estilo de luta agressivo contrastava com a graça e a técnica de Robinson, tornando suas batalhas um espetáculo imperdível para os fãs de boxe.
A luta mais notável entre eles ocorreu em 14 de fevereiro de 1951, no que ficou conhecido como o “Massacre do Dia dos Namorados”. Neste combate, Robinson derrotou LaMotta em uma luta brutal pelo título dos pesos-médios. LaMotta, apesar de apanhar muito nos rounds finais, nunca caiu no chão, mesmo após receber uma quantidade incrível de punição. O árbitro, eventualmente, interrompeu a luta, mas o fato de LaMotta ter permanecido de pé cimentou sua reputação como um dos boxeadores mais durões da história.
Conquista do Título Mundial
Embora a rivalidade com Robinson seja um aspecto central de sua carreira, o auge de LaMotta no boxe veio em 1949, quando ele finalmente conquistou o título mundial dos pesos-médios. Em 16 de junho de 1949, LaMotta enfrentou o francês Marcel Cerdan, o então campeão mundial. LaMotta derrotou Cerdan para conquistar o cinturão em uma luta que acabou sendo o último grande combate de Cerdan, já que o boxeador francês morreu em um acidente de avião alguns meses depois, antes que pudesse acontecer uma revanche.
A vitória de LaMotta foi uma prova de sua perseverança e determinação, pois ele havia passado anos lutando para conquistar o título mundial. No entanto, como muitas conquistas na vida de LaMotta, essa também teve controvérsias. Havia rumores de que LaMotta havia se envolvido com a máfia para facilitar sua ascensão ao título. O próprio LaMotta admitiu mais tarde, em sua autobiografia, que havia aceitado perder uma luta anterior para garantir uma futura oportunidade pelo título. Este episódio manchou parte de sua carreira, mas também expôs a realidade sombria do boxe na época, onde muitos lutadores precisavam negociar com o submundo para progredir em suas carreiras.
Declínio e Aposentadoria
Depois de conquistar o título, LaMotta defendeu seu cinturão várias vezes, mas seu estilo de luta agressivo e sua incapacidade de evitar punição física começaram a cobrar seu preço. Em 1951, ele perdeu seu título para Sugar Ray Robinson na já mencionada luta do “Massacre do Dia dos Namorados”. A derrota marcou o início do declínio de sua carreira. LaMotta continuou lutando até 1954, mas já não era o mesmo lutador temido e inquebrável de seus anos anteriores.
Após se aposentar do boxe, LaMotta enfrentou uma série de problemas pessoais. Sua vida fora do ringue sempre foi tão turbulenta quanto suas lutas dentro dele. Ele teve várias esposas, e seus relacionamentos foram muitas vezes marcados por abuso e violência. LaMotta lutou contra a depressão, problemas financeiros e o arrependimento por suas ações. Ele acabou na cadeia por facilitar a prostituição, manchando ainda mais sua reputação após sua aposentadoria.
“Touro Indomável” e Legado
Jake LaMotta voltou ao centro das atenções no final dos anos 70, quando sua autobiografia foi adaptada para o cinema no filme “Touro Indomável” (Raging Bull), dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Robert De Niro. O filme, que se tornou um clássico do cinema, retrata a vida complexa de LaMotta, tanto como boxeador quanto como homem. De Niro ganhou um Oscar por sua interpretação de LaMotta, e o filme ajudou a revitalizar o interesse pelo legado do pugilista.
“Touro Indomável” não foi apenas uma biografia de LaMotta, mas também uma exploração das lutas internas de um homem que, apesar de sua força física e sucesso, era profundamente falho em suas interações pessoais. O filme capturou sua incapacidade de controlar sua raiva e ciúme, o que frequentemente destruía seus relacionamentos e sua vida pessoal. A performance visceral de De Niro retratou a violência emocional e física que definiu grande parte da vida de LaMotta.
Apesar de sua vida turbulenta, Jake LaMotta é sem dúvida um dos maiores pesos-médios de todos os tempos. Sua carreira foi marcada por altos e baixos dramáticos, mas sua dureza no ringue e sua determinação inabalável garantiram seu lugar na história do boxe. Embora seu legado seja frequentemente associado a seus problemas fora do ringue, LaMotta continua a ser reverenciado como um símbolo de resiliência, alguém que, independentemente das circunstâncias, nunca desistiu.
Jake LaMotta faleceu em 19 de setembro de 2017, aos 95 anos. Mesmo após sua morte, sua lenda como o “Touro Indomável” persiste, inspirando novas gerações de fãs de boxe e lembrando a todos que, apesar das lutas pessoais, o espírito de luta pode prevalecer.
O mundo dos esportes como rota para o sucesso e diversão
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Estratégias para o sucesso nas apostas esportivas
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