A história do gigantesco Ferenc Puskás
Ferenc Puskás é com toda a certeza um dos maiores nomes da história do futebol mundial. Sua carreira começou na Hungria e, com o tempo, ele se destacou internacionalmente, ganhando fama e admiração por suas habilidades excepcionais e seu estilo de jogo inovador. Nascido em 1º de abril de 1927, em Budapeste, Hungria, Puskás começou sua trajetória no futebol ainda jovem e logo se tornou uma lenda no esporte, não apenas por suas conquistas com a seleção húngara, mas também por sua passagem pelo Real Madrid, onde consolidou seu lugar entre os gigantes do futebol mundial.
Início da Carreira e Ascensão na Hungria
Ferenc Puskás começou sua carreira profissional no Kispest AC, que posteriormente seria conhecido como Honvéd, clube do exército húngaro. Ele ingressou no time em 1943, aos 16 anos, e rapidamente chamou atenção por suas habilidades. No Honvéd, Puskás desenvolveu uma técnica impressionante e uma visão de jogo diferenciada. Ele era conhecido por sua perna esquerda poderosa e sua precisão nos chutes, o que lhe rendeu o apelido de “Major Galopante” devido à sua ligação com o exército húngaro.
No Honvéd, Puskás foi fundamental para o sucesso da equipe e se tornou artilheiro em várias temporadas da liga húngara. Sua presença no ataque era uma garantia de gols, e ele frequentemente deslumbrava o público com jogadas de tirar o fôlego. Durante sua carreira na Hungria, ele marcou 357 gols em 354 partidas pela liga, um feito que mostra sua incrível consistência e habilidade como goleador.
A Era de Ouro da Seleção Húngara
A década de 1950, no entanto, marcou o auge da carreira de Puskás e da seleção húngara, conhecida como a “Equipe de Ouro”. Sob o comando do técnico Gusztáv Sebes, a seleção húngara revolucionou o futebol mundial com um estilo de jogo rápido e inovador, baseado na troca constante de posições entre os jogadores e em uma filosofia ofensiva. Puskás foi o capitão e uma das peças centrais dessa equipe.
Em 1952, a Hungria conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque, derrotando a Iugoslávia na final por 2 a 0. Essa conquista foi um marco importante para a seleção húngara e colocou Puskás e seus companheiros de equipe no mapa do futebol mundial. A equipe continuou a impressionar e estabeleceu uma invencibilidade que durou quatro anos, com uma sequência de 32 jogos sem derrota.
Momento memorável
Um dos momentos mais memoráveis dessa equipe foi a vitória histórica sobre a Inglaterra em 1953, no famoso “Jogo do Século”. A Hungria venceu por 6 a 3 em pleno estádio de Wembley, um feito extraordinário, já que a Inglaterra nunca havia perdido para uma equipe fora do Reino Unido em seu próprio território. Puskás marcou dois gols nessa partida, incluindo um gol antológico em que driblou o zagueiro Billy Wright com um toque de calcanhar antes de finalizar com precisão. Essa vitória consagrou enfim a seleção húngara como uma das melhores da história e fortaleceu a reputação de Puskás como um dos maiores jogadores do mundo.
Em 1954, a Hungria chegou como favorita à Copa do Mundo na Suíça. Puskás teve um desempenho destacado na fase de grupos, mas sofreu uma lesão que o deixou de fora de algumas partidas. Mesmo sem estar em plena forma física, ele voltou a campo na final contra a Alemanha Ocidental. Apesar de marcar um gol e ter outro anulado, a Hungria foi derrotada por 3 a 2, em um jogo marcado por grande polêmica e pela virada dos alemães. Essa derrota foi um golpe para a equipe, mas a campanha de Puskás e da seleção húngara naquela Copa do Mundo permanece como um dos maiores momentos do futebol.
Exílio e o Sucesso no Real Madrid
Em 1956, a Revolução Húngara trouxe instabilidade política ao país, e Puskás, junto com outros jogadores do Honvéd, acabou exilado durante uma excursão pela Europa. Ele decidiu não retornar à Hungria e, como resultado, foi suspenso pela FIFA por um período de dois anos. Após cumprir a suspensão, Puskás recebeu propostas de diversos clubes europeus, mas acabou assinando com o Real Madrid, em 1958, aos 31 anos, uma idade considerada avançada para um jogador de futebol.
No Real Madrid, Puskás formou uma dupla histórica com Alfredo Di Stéfano e encontrou uma segunda juventude. Mesmo chegando ao clube mais velho e fora de sua melhor forma física, ele rapidamente se adaptou e mostrou que ainda tinha muito a oferecer. No time espanhol, aliás, Puskás foi essencial para o domínio do Real Madrid no cenário europeu, contribuindo para a conquista de várias Ligas dos Campeões da UEFA. Sua estreia em competições europeias pelo Real Madrid ocorreu em 1959, e ele marcou quatro gols na final da Copa da Europa de 1960 contra o Eintracht Frankfurt, que terminou com uma goleada de 7 a 3.
Puskás foi artilheiro do Campeonato Espanhol em quatro temporadas e conquistou um total de cinco títulos da liga com o Real Madrid. Em 262 partidas pelo clube, ele marcou 242 gols, números impressionantes para um jogador que começou sua carreira europeia após os 30 anos.
Legado e Reconhecimento
Após se aposentar, Puskás passou a se dedicar à carreira de treinador, mas seu impacto no futebol já estava eternizado. Seu legado transcende as estatísticas e recordes; ele é lembrado como um dos grandes inovadores do jogo, alguém que jogava com inteligência e alegria, além de uma precisão quase cirúrgica em suas finalizações. Sua capacidade de marcar gols e liderar suas equipes influenciou gerações de jogadores e ajudou a moldar o futebol moderno.
Em 2009, a FIFA criou o Prêmio Puskás, concedido ao autor do gol mais bonito do ano, como uma homenagem ao talento e à contribuição de Ferenc Puskás para o futebol. Esse prêmio reflete o respeito e a admiração que o mundo do futebol continua a nutrir por ele.
Conclusão
A carreira de Ferenc Puskás foi marcada por momentos de genialidade e superação. Desde seus primeiros anos na Hungria até o sucesso no Real Madrid, ele deixou sem dúvida uma marca notável no futebol. Puskás será sempre lembrado como um jogador de talento incomparável e um verdadeiro ícone do esporte. Em suma, sua história é uma inspiração para atletas e fãs em todo o mundo, e seu legado permanece vivo tanto no Prêmio Puskás quanto na memória de todos aqueles que amam o futebol.
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